quinta-feira, 29 de novembro de 2012

DEPRESSÃO INFANTIL CONFUNDE OS PAIS É triste dizer, mas a depressão não é só problema de gente grande. Estima-se que 10% das crianças tenham algum sintoma do mal em algum momento da vida. Na maioria dos casos, ela surge aos quatro ou cinco anos. Infelizmente muitos pais demoram a perceber a disfunção, achando que ela faz parte do jeito de ser da criança. Aliás, muitos até acham bom que o filho seja quietinho e não dê trabalho. E acreditam que o fato de ser agarrada aos pais é erro de criação, e não doença. A depressão infantil normalmente ocorre através de quadros atípicos, escondendo verdadeiros sentimentos depressivos sob as mais diversas máscaras como irritabilidade, agressividade, hiperatividade, rebeldia , conta a psiquiatra Evelyn Vinocur. Outros apresentam dores pelo corpo, choro sentido, ou sintomas psicossomáticos como dor na barriga, na perna, vontade de vomitar, urticárias, ou ainda por sintomas emocionais como vergonha e medos , enumera ela. Outro empecilho ao diagnóstico correto nos pequenos é a própria dificuldade de a criança expressar o que sente daí que muitas acabam somatizando e desenvolvendo doenças por conta da depressão. Os adultos (pais, professores e responsáveis) devem ficar atentos quando a criança não apresenta, ou deixa de ter, os comportamentos típicos dessa idade, como a curiosidade, o fato de querer estar sempre explorando o ambiente, a vontade de brincar. Se ela fica permanentemente quieta, se nenhuma brincadeira interessa, se não tem curiosidade para explorar, fica insegura quando está longe dos pais ou, ainda, se vive com dor de cabeça, de barriga, com o sono ou com o apetite alterados, isso é um sinal de alerta. O pequeno deprimido é muito diferente da criança tímida, que se sente bem em pequenos grupos ou mesmo sozinha. Esses pacientes não estão bem nunca em nenhum lugar. Na depressão infantil também há um componente genético, que pode ser disparado por gatilhos como lutos, perdas, separação dos pais, mudanças estressantes no dia-a-dia. Sem tratamento, a doença compromete o desenvolvimento dela e o rendimento escolar. Além disso, será mais propensa a usar drogas na adolescência. Nos pequenos, a saída também está na psicoterapia e muitos deles também precisam de remédios.
DEPRESSÃO INFANTO-JUVENIL Depressão Os transtornos afetivos ou transtornos do humor se constituem cada vez mais em fonte de significativa de preocupação para a sociedade como um todo. Descrições médicas de transtornos de humor na literatura são encontradas na literatura desde 5000 anos atrás e vêm sendo mais bem compreendidos ao longo do tempo, graças à maior experiência clínica, estudos de genética, neuroimagem e neuropsicologia, entre outros, fazendo com que a depressão se firmasse como entidade clínica e diagnóstico médico incontestável. Entretanto, muito há que ser compreendido sobre a etiopatogenia da depressão, uma vez que ela é uma doença essencialmente humana, não havendo ainda, meios plenos dela ser compreendida fora do contexto humano (Bueno R, 2006). É sabido que diagnosticar depressão nem sempre é uma tarefa fácil. Muito menos quando se trata de diagnosticar depressão em crianças e adolescentes. Vive-se hoje uma era globalizada, com uma pletora de meios de informação, onde o indivíduo tem muito mais acesso as informações sobre as distintas patologias médicas, se informando mais e melhor sobre os seus sintomas. Com isso, não raro, muitos pacientes ou mesmo os pais já chegam autodiagnosticados ou com o diagnóstico “pronto” do filho aos consultórios, sejam universitários ou privados. Muitos, inclusive, chegam munidos de questionários de auto-avaliação já preenchidos, que imprimem na internet ou através de revistas. A depressão é vista como uma doença crônica na qual o indivíduo pode apresentar diversos sintomas depressivos e em diferentes graus de intensidade. Muitas vezes se inicia na infância ou adolescência, com curso prolongado, podendo eventualmente persistir por toda a vida. É sabido que a maioria dos pacientes deprimidos relata o início dos sintomas depressivos desde a infância. Por se tratar de uma patologia grave e reconhecidamente cíclica, sabe-se hoje que a depressão de início precoce necessita de cuidados o quanto antes, para que se evitem prejuízos no desenvolvimento e no funcionamento global de uma criança (Yorbik et al., 2004). Depressão infanto-juvenil Sabe-se que existe uma tendência natural em se pensar na infância como um período feliz, livre de preocupações ou responsabilidades, apesar das pesquisas mostrarem que as crianças também sofrem de depressão. Até o momento é consenso geral entre pesquisadores e clínicos que crianças e adolescentes podem deprimir (F I. Lee, 2007), apesar da pouca concordância que existe em relação à natureza e a estrutura dos sintomas depressivos nessa população, que costumam se apresentar de modos distintos para as diferentes faixas etárias (Birmaher et al, 2004; González-Tejeras et al., 2005), tornando o reconhecimento dos sintomas um desafio para muitos especialistas. Sentimentos de tristeza em função de perdas ou manifestações de raiva decorrentes de frustração são na maioria das vezes reações afetivas normais e passageiras e não requerem tratamento. Porém, dependendo da intensidade, persistência e presença de outros sintomas concomitantes, a tristeza e a irritabilidade podem ser indícios de quadros afetivos em crianças e adolescentes. Sintomas disfóricos do dia-a-dia não apresentam conotação psiquiátrica e ocorrem como uma resposta afetiva aos eventos cotidianos, com quadros breves e que não comprometem as condutas adaptativas das crianças (Fu- I L, 2007). Estudos mostram que a síndrome depressiva pode variar em função do funcionamento cognitivo, habilidade social e grau de desenvolvimento biológico de cada criança que, por sua vez, apresenta dificuldades para nomear, reconhecer e demonstrar seus próprios sentimentos (Weiss e Garber, 2003; González-Tejeras et al., 2005; Luby et al., 2006). Sabemos hoje que a idade de uma criança e o grau de desenvolvimento psíquico exercem papel importante nos sintomas e manifestações clínicas da depressão (Weller EB 1992; Castel S, 1997). Assim, nos primeiros anos de vida, onde ainda não há a aquisição plena da linguagem verbal, devemos estar atentos à expressão facial e à postura da criança, já que nesse período ela pode não ter condições de relatar seus próprios sentimentos e emoções. O lactente pode evidenciar retraimento social, desânimo e desinteresse em atividades de lazer, bem como apatia, inapetência e pouca resposta a estímulos sensoriais, como por exemplo, o abraço (Luby et al., 2003). Mas ele pode ser do tipo que chora muito e que é difícil de ser consolado, ou ainda aquela criança nitidamente irritada, agressiva e inquieta, com alternâncias do humor, desde tristeza profunda a momentos de descontrole e raiva, com as chamadas “tempestades afetivas”. No primeiro ano de vida, a perda de habilidades já adquiridas, como regressão da linguagem, ecolalia e enurese, é freqüente. Dos dois aos cinco anos, é comum a dependência excessiva, com ansiedade de separação, pouco controle dos impulsos, irritabilidade ou instabilidade emocional. A partir dos três aos quatro anos, as crianças devem ser entrevistadas face a face, para que se possa obter, com as informações fornecidas pelos pais, um histórico completo e uma definição de diagnóstico confiável (Fu- I, 1996). Crianças até seis anos, na pré-escola, quando deprimidas, não raro estão com o peso abaixo da média para a idade e apresentam a fisionomia triste ou de seriedade, irritação, inapetência, agitação psicomotora ou hiperatividade, insônia com ansiedade, balanceios, estereotipias e agressividade contra si mesmo ou contra terceiros (Fu–I et al., 2000). Podem manifestar cansaço intenso com falta de energia, anedonia, com perda do prazer e do interesse em atividades que antes gostava e até para brincar (Luby et al., 2006) . Comumente queixam-se de sentimento de tédio e de que nada presta e tudo é chato. Queixas somáticas vagas e inespecíficas como dor de cabeça, dor muscular e ou abdominal são freqüentes e correspondem a sentimentos de angústia e sofrimento emocional (Luby et al., 2003). Na idade escolar, as crianças deprimidas, além de aparentarem tristeza, se mostram irritadas e emocionalmente instáveis. Podem manifestar indiferença afetiva, e não ter reação a estímulos, seja eles positivos ou negativos. É comum a anedonia com isolamento social e familiar voluntários. Sintomas clássicos da depressão como lentidão de movimentos, voz lenta, monótona e monocórdica, e a expressão de sentimentos de desesperança e sofrimento emocional são mais comuns nessa idade, mas é importante ressaltar que agitação psicomotora, hiperatividade e pouco controle dos impulsos também são sintomas freqüentes nessas crianças, fato que pode confundir o diagnóstico quando feito por especialista não experiente no assunto. O aumento da distraibilidade e a dificuldade de memorização são comuns e levam a uma piora do desempenho escolar. Kovacs et al.(2003) dão ênfase à investigação de disforia, que é a anedonia associada a mudança de humor, em desproporção ao estímulo, para o diagnóstico de depressão maior em crianças de idade escolar. A perturbação de crianças frente a estímulos e a hiper-reatividade hostil e agressiva nem sempre são valorizadas como sendo a expressão de um sofrimento, nessas crianças. Segundo Lee Fu-I, em crianças e adolescentes, as súbitas mudanças de comportamento não justificadas por fatores de estresse são de extrema importância e devem sempre ser valorizadas e investigadas como sendo sintomas potencialmente depressivos. A irritabilidade é um sintoma freqüente, embora pouco específico na psiquiatria da infância, podendo ser visto em crianças normais, mas é um sintoma realmente comum entre crianças e adolescentes deprimidos. (Fu-I et al., 2000). A irritabilidade torna-se patológica quando qualquer estímulo é sentido como perturbador e a criança ou adolescente apresenta hiper-reatividade de característica desagradável, hostil e eventualmente agressiva (Dalgalarrondo P, 2000). Alterações do humor com forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade se constituem em quadros disfóricos que podem estar presentes nos transtornos afetivos. Provavelmente, por conta de estarem em desenvolvimento, as crianças não tem capacidade par compreender o que acontece internamente e, com freqüência, apresentam comportamento agressivo (Curatolo, 1999). Portanto, é fundamental que crianças e adolescentes que apresentem mudanças súbitas de comportamento e não justificadas por fatores de estresse não passe pelo especialista sem que o mesmo pense na possibilidade de depressão. Em Psiquiatria da Infância e Adolescência é comum que crianças com alterações do humor do tipo disfórico, antes adequadas e adaptadas socialmente possam passar a apresentar condutas irritáveis, destrutivas e agressivas, com violação de regras sociais anteriormente aceitas, como parte do quadro depressivo. Lamentavelmente, o que se vê na prática diária é o predomínio de reações defensivas e hostis por parte dos familiares, educadores e outros profissionais da área de saúde, que, ignorantes da situação, acabam interpretando a irritabilidade da criança de modo errôneo e simplista, na maioria das vezes. É sabido que crianças deprimidas geralmente têm auto-estima baixa e que falam de si mesmas de modo negativo, se achando ruins, tontas e se sentindo fracassadas e preteridas pela família, muitas vezes com a certeza de que ninguém se preocupa com elas. A culpa pode ser entendida pela fala de que tudo está errado por causa da sua existência ou na de que ela deve ser punida ou que seria melhor morrer (Mesquita e Gilliam, 1994). A relação entre o apetite e o peso na depressão pode variar, desde perda de peso até o seu ganho, muitas vezes chegando a graus importantes de obesidade. Igualmente, queixas de pesadelos ou de despertares noturnos são freqüentes, bem como insônias acompanhadas de ansiedade ou rituais noturnos. O aumento da distraibilidade e a dificuldade de memorização são comuns e levam a um comprometimento do desenvolvimento escolar, podendo confundir a depressão com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (Yorbik et al., 2004; González-Tejeras et al., 2005), transtorno comum em crianças e adolescentes, cujos sintomas cardinais são a desatenção, hiperatividade e impulsividade, com promoção de piora no rendimento escolar. Os adolescentes deprimidos relatam claramente sentimentos depressivos como a desesperança e a dificuldade de concentração e freqüentemente se mostram irritados e hostis. A desesperança, descrença e a sensação de que as coisas jamais mudarão podem levá-los a tentar o suicídio. Aumento ou diminuição do peso, apetite e da quantidade de sono podem variar, bem como é visto graus variados de falta de energia e desinteresse pelas atividades antes prazerosas. Isolamento social voluntário, hipersensibilidade ao fracasso, rejeição e frustração , bem como a falta de perspectivas e expectativas de futuro também são freqüentes. Igualmente, o uso e abuso de substâncias psicoativas é comumente observado nesses casos e pode estar relacionado a “autotratamento ou automedicação”, para o alívio da dor causada pela depressão (González-Tejeras et al., 2005). Pensamentos de suicídio, vontade de morrer ou planejar a própria morte são encontrados em todas as idades, mudando apenas os graus de intensidade e freqüência, sendo menos freqüente em crianças e mais comum nos adolescentes e devem ser abordados sempre e em qualquer idade (Liu et al., 2006). Utiliza-se os mesmos critérios diagnósticos para criança, adolescentes e adultos. Entretanto, o reconhecimento e diagnóstico de depressão são mais difíceis na Infância e Adolescência, principalmente porque eles podem ter dificuldade em reconhecer e nomear seus próprios sentimentos. Cumpre ressaltar que cerca da metade dos casos de transtornos afetivos têm um outro diagnóstico psiquiátrico em comorbidade, como por exemplo, algum tipo de transtorno de ansiedade. A associação desses dois transtornos é tão grande que sintomas de ansiedade na infância podem ser sinal preditivo mais eficiente par depressão do que para transtornos de ansiedade (Birmaher B, 1997). Cumpre lembrar que adolescentes do sexo feminino têm maior risco de desenvolver depressão do que os do sexo masculino. Em casos de depressão na infância, observa-se história familiar de depressão com início precoce. Estressores psicossociais, presença simultânea de outros transtornos psiquiátricos ou doença crônicas são fatores doença risco para desenvolvimento de depressão em crianças e adolescentes. Conclusão Os transtornos afetivos podem ocorre na Infância e Adolescência. o diagnóstico e o tratamento precoces podem mudar o futuro de uma criança, evitando prejuízos ao desenvolvimento e favorecendo a elaboração de vivencias relacionadas aos transtornos afetivos.
Crianças que sofrem com hipertensão arterial têm maiores chances de ter dificuldades de aprendizagem. De acordo com um novo estudo da Universidade de Rochester, publicado recentemente na revista Pediatrics. Quando as variáveis como níveis sócio-econômicos foram analisados, as crianças com presssão alta tinham quatro vezes mais chances de ter problemas cognitivos. O estudo também descobriu que crianças com hipertensão têm mais chances de ter TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) . Na análise realizada com 200 crianças um total de 28% das que possuíam pressão alta tinham dificuldades de aprendizagem, bem acima da taxa da população geral. A porcentagem entre os sem hipertensão era de 9%. Todas as crianças tinham entre 10 e 18 anos de idade. Além disso, em outros estudos comprovou-se que 20% das crianças com TDAH tinham hipertensão, enquanto apenas 7% das crianças sem hipertensão tinham transtorno. O TDAH tem origem genética e, em geral, manifesta-se na infância, caracterizando crianças muito criativas, mas difíceis de lidar (elas são muito agitadas e, não raro, têm o comportamento confundido com falta de educação). Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, cerca de 60% das crianças com o transtorno chegam à idade adulta sem saber disso. Para os pais, valem algumas dicas para melhorar a vida de um filho com TDAH, pela psicoterapeuta Evelyn Vinocur. 1- Quando estabelecer regras, faça-as de modo simples e específico e escreva-as em post-its em locais de fácil visão para o seu filho. 2- Recompensas objetivas e que façam sentido, geralmente funcionarão melhor para o seu filho e elas não podem ser em excesso. 3- Dê feedback com frequência, para que eles saibam como estão indo. 4- Ajude seu filho a mudar de modo suave e gradativo, planejando com antecedência as atividades que virão posteriormente. 5-Mantenha o senso de humor e seja paciente: com humor, você terá condições de evitar conflitos. 6- Fique atento a todas as oportunidades para elogiar e fazer reforços positivos sempre que seu filho fizer algo corretamente. Mas tenha cuidado para não exagerar por conta de pequenos acertos, pois ele vai perceber, não se iluda. 7- Tenha sempre em mente que você está lidando com uma condição médica que seu filho tem e não uma falha de caráter. 8- Nas horas de impor disciplina, não fale muito nem seja mole responda com clareza e ação apropriada. 9- Espere que seu filho tenha dias bons e dias ruins. 10- Lembre-se que culpar o seu filho, ou você mesma, ou seu marido não vai ajudar em nada. Todos vocês estão juntos, no mesmo barco , e fazendo o melhor que podem.